Pais devem ficar atentos à formação do professor

No Brasil, 500 mil docentes lecionam de forma inadequada.
Qual é a preocupação dos pais com a educação dos professores de seus filhos? Uma pesquisa do Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais (Inep) relatou que 500 mil docentes no País lecionam de forma equivocada e muitos deles, sem curso superior. A maior parte desses profissionais foi encontrada na região Nordeste do País.
Em Campinas, os dados são animadores. Em toda a rede pública municipal, segundo informações da Prefeitura, não existem educadores sem profissionalização. Atualmente, 2,5 mil profissionais da área de educação frequentam cursos de capacitação e outro 1 mil estão matriculados em pós-graduações ou extensões universitárias.
O Inep contalibizou que 500 mil professores em todo o país dão aulas sem formação ideal, considerando-se apenas a inadequação dos docentes que já possuem diploma de curso superior. Pior ainda: é comum encontrar professores que têm apenas o ensino médio dando aulas de todas as matérias nas séries iniciais do ensino fundamental.
A coordenadora associada do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação, Norma Sandra de Almeida Ferreira, afirmou que não é costume da família, principalmente no ensino público, cobrar a formação dos professores de seus filhos. “A rede de educação é muito complexa. Ela é dividida em duas frentes: pública e particular. Vamos focar na pública, que tem maior costume de só trabalhar com professores formados. Nas públicas nem sempre os pais acompanham os professores, eles querem os resultados. Quando alguma coisa sai errada com as crianças, os pais reclamam e não veem que a situação pode estar na figura do educador, porque eles se importam com os resultados como saber ler e escrever de forma correta.”
Extensão

Em Campinas a Prefeitura oferece uma série de cursos de capacitação, extensão universitária e também de graduação em parceria com universidades da região. A responsável pelo núcleo de cursos e projetos voltados aos professores da rede pública, Heloisa Helena Saviani, afirma que hoje não existe na rede profissionais que não tenham curso superior. “Ainda oferecemos oportunidades de participação em seminários e congressos e buscamos na rede qual a necessidade dos professores. Oferecemos cursos de curta e longa duração com o objetivo de incentivar a educação continuada dos profissionais.”

A oferta de cursos e bolsas de estudo na rede pública é uma das saídas para profissionalizar todos os docentes segundo a professora da Unicamp. “Campinas oferece cursos de capacitação e formação continuada. A rede municipal metropolitana tomou a iniciativa de oferecer curso universitário para aqueles professores antigos que só fizeram o magistério, por exemplo, ou que tem uma área específica que não trabalhou a parte pedagógica. Esse é o diferencial em Campinas em relação aos números da pesquisa.
A Unicamp e outras faculdades montaram cursos universitários paralelos aos de pedagogia oferecidos por vestibular, para atender exatamente o professor antigo, que não estuda mais as matérias do vestibular como física, química mas precisa do ensino superior”, disse.
Ainda segundo Norma, a Pedagogia oferece uma visão mais ampla e não só técnica para os professores do ensino básico. “Mas ele precisa ser valorizado para ele procurar naturalmente a faculdade. Se ganhasse melhor ele poderia fazer a universidade, por decisão própria e não por uma determinação”, disse.
Mães buscam informações sobre escolas
A professora Maria José de Oliveira, de 53 anos, lecionava no maternal e, por incentivo do poder público, resolveu ingressar na universidade e complementar sua formação. Maria José só tinha o magistério e era professora de creches. Hoje, está desempregada e pretende retornar ao quadro de docente do município após concluir o curso e conquistar o tão sonhado diploma. “É bom que o governo esteja cobrando a formação correta dos professores, precisa fazer assim mesmo e estou gostando de estudar novamente”, afirmou.
Maria José também é mãe e disse que sempre se preocupou com a formação dos professores nas escolas onde matriculou seus filhos, principalmente, no que se refere a formação para a conquista de uma boa vaga na universidade. “Meus filhos já estão adultos, mas eu sempre me preocupei com a qualidade do ensino. Hoje eles estudam na Unicamp.
O cuidado com a professora, a formação dela e sobre como é a escola são questões fundamentais para uma boa educação. Com certeza com meus netos farei as mesmas coisas”, afirmou.
Mas nem todos pensam como Maria José. A auxiliar de limpeza Maria Pereira Idalina, de 43 anos, afirmou que colocar os filhos na escola era uma necessidade. “Não procurei saber sobre a professora. Eu tinha que colocar na escola e como eles não reclamavam e parecia estar tudo bem eu não procurei saber mais nem durante as aulas. Meu filho de 12 anos ainda estuda, o mais velho de 19 anos terminou o terceiro ano e parou”, disse.
A preocupação também se aplica em instituições de ensino particulares. “Minha filha tem 6 anos e estuda em colégio particular. Tive informações da escola antes e a escolhi porque todas são formadas ou são estagiárias em pedagogia. O maior conhecimento dos professores me dá mais confiança. Fico mais tranquila sabendo que os professores são bem formados e instruídos’ afirmou a analista de Recursos Humanos, Alessandra Camargo.
Fonte: http://www.rac.com.br/institucionais/correio_escola/2011/05/09/83206/pais-devem-ficar-atentos-a-formacao-do-professor
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